Nos mesmos moldes da realizada entre São Thomé das Letras e Carrancas/MG, a Mini Expedição à Visconde de Mauá teve como principal objetivo reunir novamente os participantes da primeira expedição em uma confraternização e trazer novos expedicionários ao grupo, transformando amizades “virtuais” em “reais”, conhecendo novas pessoas e reafirmando velhas amizades... tendo como pano de fundo uma região de natureza exuberante e paisagens inesquecíveis.
Números: Tivemos 35 veículos inscritos com 32 veículos presentes, totalizando 80 pessoas (contando crianças).
Trajeto:
Em três dias, foram mais de 800 kms rodados entre São Paulo e Maringá na região de Visconde de Mauá, passeios pelo entorno e a volta para casa. Outros que vieram do Rio de Janeiro (capital ou não), Belo Horizonte e interior de São Paulo (Campinas, Itatiba, Santana do Parnaíba, etc.) certamente andaram bem mais...
Relato da Expedição:
O primeiro comboio saiu de São Paulo por volta de 14hs, composto pelo Niva Blue, a Pajero do Rodrygo, o Niva do Rodney e o Marruá do Pan Highlander... logo a frente se juntaram a nós a Cherokke monstro do Marcão, uma LR 130 e a Hilux do Gláucio... em Guaratinguetá, o comboio cresceu com mais um Niva, o do Marcel Izzi. Chegamos então em Penedo por volta das 19hs. Ainda no início do trecho entre Penedo e Visconde de Mauá juntou-se a nós a Defender 110 "pink" do Marcelo Bustani...
Subimos a serra no escuro da noite, estrada esburacada, cheia de curvas e precipícios e com uma impressionante neblina que de tão densa, limitava consideravelmente o alcance da visão. Em função disso, seguimos em ritmo lento e levamos quase duas horas para chegar em Visconde... quando nos aproximávamos do final da descida da serra, contatamos via rádio a L200 do Mestre Astor de Campinas, que nos aguardava quase na entrada da cidade... quando já estávamos a caminho de Maringá, juntou-se ao comboio outra Defender... a do Marcelo Bueno... chegamos finalmente na pousada entre 21 e 22hs e encontramos outros que já estavam por lá, como o Marcos Faria que veio diretamente de BH, o Baré e o Marcão "Zero 1" do Rio, o Edu Velo e a Cida de Sampa, entre outros...
Após acomodados e apresentados decidiu-se já "ir pra farra"... entramos no primeiro bar da vila que agradou por ter música ao vivo e encontramos lá outros componentes da expedição como Leandro Muylaert e sua família com seu Niva “Bala de Prata” e outros que depois de juntaram a nós e a festa seguiu até altas horas.
No dia seguinte, após o farto café da manhã, saímos conforme a programação, por volta de 9h30 a caminho da cachoeira da saudade guiados pelo lendário camarada "Gil Tichauer" expert na região.
Passamos por lugares incríveis e por momentos muito divertidos e interessantes, como a apresentação da turma do comboio via rádio... rimos e curtimos muito. Porém, em um belo trecho do caminho para a Cachoeira da Saudade, um incidente terrível assustou a todos...
Em um trecho estreito da estrada, onde de um lado havia o barranco e do outro um precipício de quase 50 metros, o impressionante Agrale Marruá do Jair "Pan" foi "tragado" mata abaixo, carregando árvores, pedras e o que mais encontrou pelo caminho. O que se seguiu então foram momentos de tensão e medo, sentimentos que dominaram o clima...
Ele havia sido jogado para fora do veículo pelo para brisas dianteiro e seu resgate foi demorado e muito dificultado pelo ângulo da ribanceira e depois de muito esforço e trabalho em equipe, conseguimos finalmente erguê-lo abismo acima com o mínimo movimento possível de sua coluna, que era a preocupação de todos.
Depois disso, ficamos todos decepcionados com a falta de infra-estrutura de emergência da região... quando após várias tentativas frustradas, tentamos falar com os telefones de emergência, conseguimos atendimento apenas no serviço de emergência de Barra Mansa que se prontificou a entrar em contato com o serviço de emergência de VdeM... que infelizmente depois descobrimos que não existia...
Para um lugar que se propõe a ser uma região para prática de esportes e turismo de aventura, foi decepcionante e preocupante... Quando finalmente chegamos com o Pan imobilizado na carroceria da L200 do Astor no posto policial local, praticamente se negaram a nos ajudar, até que finalmente apareceu o Tenente local que ordenou ao Sargento tomar uma atitude... logo uma ambulância, estava levando o nosso "Highlander" para Resende, pois em Penedo também não havia atendimento de emergência... lamentável.
No domingo, as 6hs da manhã, Rodrygo da Pajero, Marcão da Cherokee e eu, fizemos uma operação de rescaldo no local do acidente para encontrar alguns pertences pessoais e retornamos para a pousada para o café da manhã... logo estávamos com o comboio novamente na programação, que previa a cachoeira Santa Clara e acabou juntando a maioria do povo pras fotos e para uma nova visita ao Escorrega, que nem estava prevista... voltamos por volta de 14hs e estávamos preparando as coisas para ir embora, quando o Pan voltou do Hospital... trazido pelo filho que havia ido buscá-lo
Depois disso, nos despedimos de mais essa aventura e cada qual seguiu seu caminho, com o sentimento de gratidão por nada mais grave ter ocorrido.
No dia 24 às 9hs da manhã os guerreiros já estavam a postos no local da missão... Rodrygo, Laudemir, Marcão, “Piolho”, “Ze Coité”, “Nego Di”, Nelis e mais dois voluntários locais.
O resgate do Marruá superou as expectativas. Começou com o a Rural do "Piolho" puxando no guincho junto com outro Marruá, ancorados em uma árvore acima do morro e com auxílio de duas talhas manuais, além do guincho do próprio Marruá acidentado, pilotado corajosamente pelo Marcão em todo o trajeto morro acima, exatamente no caminho onde ele caiu. Para posicioná-lo na direção correta foram usados um Hi-lift de 1,5m e uma outra talha manual.
O momento de maior tensão, foi quando o Marruá finalmente chegou com as duas rodas dianteiras na trilha e deu dois trancos para baixo com o Marcão dentro. Neste momento, foram reforçadas as cintas de ancoragem das arvores e decidiu-se que o outro Marruá puxaria o acidentado na marcha a ré e não mais no guincho e a Rural puxaria a traseira para alinhá-lo na trilha.
Foi o momento decisivo...o Marruá do Marcão pulava para traz, o barulho dos motores era incrível, até que finalmente ele estava totalmente a salvo. Foram 12 longas horas de trabalho intenso e desgastante, que terminou com uma mescla de alegria e alívio... missão cumprida e sem nenhuma baixa grave... exceto a alavanca de cambio do Marruá do Marcão que apresentou problemas fazendo com que ele voltasse trocando marchas com uma chave de fenda, onde só entravam a 1ª, 4ª e 5ª marchas, vazando óleo pra todo lado....foi literalmente uma operação de guerra pra ficar pra historia.
Além desse episódio, tivemos alguns problemas técnicos em alguns veículos durante a expedição, como a Pajeiro do Rodrygo que teimava em acender a luz do óleo e no fim acabou guinchada para casa, um problema misterioso no Niva do Izzi, que teimava em queimar a bobina e outro Niva que vindo de Belo Horizonte, ficou no caminho por causa de um vazamento, mas não impediu a presença do valente Jorge, que completou o trajeto de ônibus com sua esposa.
Tudo isso porém, serviu como tempero para fazer o encontro dessas pessoas maravilhosas, solidárias, corajosas, amigas e comprometidas com o ideal jipeiro de união e apóio mútuo, principalmente em momentos de dificuldade.
Baré, Marcão São Jorge e Flugêncio
Parte da turma na Cachoeira Sta Clara
Expedição pela região de Visconde de Mauá/RJ –
Organização: Soldier Adventures
Apoio: Alternativa 4x4
Até a próxima!!
muito legal.....preciso ir um dia...., so que a trilha tem q ser mais larga
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