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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Dicas básicas de fotografia outdoor - Foto de natureza.


Em algumas de nossas expedições, levamos fotógrafos profissionais como Ricardo Lisboa, Tacio PhilipFlávio Jarabeck e Bruno Correaparceiros experientes das aventuras da Soldier Adventures, para ministrar palestras sobre fotografia de natureza e dar dicas de técnicas para o melhor resultado neste tipo de ambiente.


Entretanto, algo que certamente todos concordam é que mesmo o melhor e mais caro equipamento do mercado jamais substituirá o talento, aliado a técnica apurada.

E nesta matéria, pretendemos apresentar com a linguagem menos técnica possível, 5 dicas básicas que esperamos sejam úteis a quem quer iniciar nesta fascinante arte de registrar a melhor imagem da natureza (outdoor), seja de um pôr do sol ou de uma ave em pleno vôo.

Dica 1 - Qual a máquina ideal?

Normalmente, a primeira dúvida que se têm é em relação ao tipo de máquina ideal: Máquinas fotográficas profissionais (as "DSLR" ou vice-versa), as semi-profissionais (intermediárias) ou as amadoras (conhecidas como compactas)?

DSLR é a sigla em inglês para "Digital Single-lens Reflex" que em tradução literal seria "câmera digital de reflexo por uma lente". Esses modelos, além da qualidade superior da imagem, oferecem muito mais recursos do que a maioria das câmeras "comuns". .. e são tantos recursos e funções que, a menos que você pretenda utilizar profissionalmente, talvez jamais utilize todos. Além disso são pesadas e pouco discretas. Outro fator importante a ressaltar são os preços, um investimento alto se consideradas as lentes vendidas a parte e a manutenção periódica, imprescindível especialmente se pretende usá-la constantemente em ambiente outdoor. 




As "Semi profissionais" oferecem muitos recursos e quase tantas opções de regulagem quanto as profissionais e a diferença mais relevante em relação a maioria das compactas está no tipo de lente e no zoom óptico que é muito superior ao zoom digital da maioria das compactas, além disso, o sensor maior capta imagens mais nítidas e com bom contraste se bem regulada. 

O investimento também é bem maior do que o realizado nas compactas, mas, bem inferior as DSLR profissionais, lembrando que a maioria das "semi-profissionais" não aceitam lentes.


As compactas ou amadoras, oferecem os recursos básicos necessários para registrar uma imagem com um mínimo de fidelidade, mas que com um pouco de talento e técnica, podem se tornar bons registros!! Algumas delas oferecem inclusive a maioria dos recursos que um amador utiliza em uma "semi-profissional". O baixo investimento em relação as profissionais e semi-profissionais é o grande atrativo pra quem está começando! E neste caso, para registrar uma bela imagem, basta um bom olhar, algum conhecimento e um celular na mão que já será possível publicar ótimas imagens nas redes de relacionamento!



Portanto, a melhor máquina é, naturalmente, aquela que melhor se adequar as suas necessidades.


Dica 2 - Composição da imagem:

Sem considerar regulagens, a forma de compor uma boa foto é bastante subjetiva e está mais no olhar do fotógrafo, no talento de identificar uma boa cena, escolher o melhor ângulo e as vezes até prever ou compor a cena como na foto abaixo:




Na imagem acima por exemplo, clicada na Serra da Canastra durante o por do sol, os assuntos estão divididos na foto: À esquerda, a silhueta da árvore (em função da contraposição à luz do sol) e a pessoa em primeiro plano observando a paisagem com o por do sol ao fundo, formam uma boa composição com as nuvens e a bela paisagem do cerrado.

Como exemplo, basicamente, uma foto de natureza contém um personagem principal (seja uma montanha, uma cachoeira, um animal ou até uma pessoa) que a maioria tende a centralizar na composição da foto, porém essa nem sempre é a melhor opção.

A "regra dos terços" é uma técnica que auxilia ou sugere novas posições para realçar o entorno ou a paisagem que envolve o personagem principal, evitando centralizá-lo na imagem, conforme o exemplo abaixo:



A maioria das câmeras digitais possui um recurso que insere linhas na imagem dividindo a tela ou o visor em nove quadrantes. Caso a sua não ofereça esse recurso, basta imaginar esse "jogo da velha" em seu visor. 

O objetivo é orientar a posição dos assuntos e dar destaque ao que você realmente quer que chame atenção na imagem. Note no exemplo, que a parte mais próxima da paisagem (montanha verde) está toda dentro da terceira parte horizontal, formando uma linha "harmoniosa" com a imagem.

Aliás, ter um horizonte "aprumado" em suas fotos também é uma regra importante para garantir que a imagem seja agradável aos olhos, a menos que a intenção seja realmente desalinhá-lo, como nesta próxima imagem:


Já nesta foto abaixo, retirada da internet do forum "brfoto", nota-se claramente que se o horizonte estivesse aprumado o resultado seria muito melhor:


Dica 3 - Luz:

A luz é fundamental para uma boa foto e o sol possibilita algumas das mais belas imagens, seja como personagem principal ou apenas como fonte da luz necessária para clarear sua foto... os fotógrafos profissionais inclusive, chamam os horários de nascer e do pôr do sol de "horas mágicas" para a fotografia, pois são os melhores momentos em relação a luz, onde as cores se sobressaem e o contraste permite registrar paisagens e situações que em outro horário não ficariam tão destacadas.


Acima temos um exemplo de "contra-luz" com a utilização da luz do sol para montar uma cena de "levitação" com a silhueta de uma pessoa:

Invertendo as posições de maneira que a fonte de luz fique atrás do fotógrafo, o personagem ou a paisagem fotografada ficará mais clara e naturalmente iluminada. Um ângulo diferente, as vezes apenas com um passo para o lado, pode fazer grande diferença:


Outra opção interessante de trabalhar com luz é, após escolher o ângulo, "focar" no espaço vazio, pressionando o botão de disparo até o primeiro estágio (até ouvir o sinal do "foco") e depois voltar para a posição da composição original e "clicar".


Essa técnica aliada ao uso do flash pode dar resultados bastante interessantes. O uso do Flash aliás é a próxima dica!


Dica 4 - Uso do flash:


A primeira coisa a saber é que o uso do flash deve ser "comedido" lembrando que seu alcance é limitado normalmente a algo entre 3 e 6 metros - dependendo da máquina. Seu uso muito próximo do assunto ou personagem pode deixar a foto "estourada" ou clara demais e se estiver além dos 6 metros estará muito longe para que o flash faça alguma diferença:


Mas o flash não é útil apenas em ambientes escuros... em uma composição contra a luz ou contra o sol, o personagem pode ficar sombreado, escuro ou até aparecer somente sua silhueta, conforme a foto da árvore no ínicio da matéria... mas se essa não é a intenção, acione o flash para fazer o "preenchimento" de luz onde for necessário e adeque a distância:


Dica 5 - Experimente, pratique:

Fotografe muuuito... mas seja seletivo, exigente mesmo e compartilhe apenas as fotos que considerar satisfatórias ou interessantes. A melhor forma de aprender é na prática. Procure informações e teste todos os recursos do seu equipamento, experimente novos ângulos e posições, leia o manual da sua máquina, aprimore e desenvolva suas próprias técnicas, quebre as regras com bom senso e esteja sempre pronto pra aprender coisas novas de onde você menos espera!

Até a próxima!!









quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Bonito/MS - 3ª parte - Buraco das Araras e Rio da Prata

Depois da aventura do sábado, o domingo (dia 21) estava programado para ser mais leve com um tranquilo “birdwhatching” no “Buraco das Araras” pela manhã, acompanhado de três simpáticos casais de estrangeiros e depois mais um snorkeling no Rio da Prata.






Enquanto nos admirávamos com a beleza das araras vermelhas, um dos casais optou por um “scuba diving” na recém re-aberta “Lagoa Misteriosa” (outro abismo, porém sem profundidade definida ainda – por isso o nome – o que segundo os administradores do complexo do Rio da Prata, já chegaram a 220 metros de profundidade sem encontrar o fundo).



Enfim, o Buraco das Araras realmente merece o nome... Uma imensa dolima com 100 metros de altura e um lago habitado por um casal de jacarés que inadvertidamente caiu alí, além de diversas araras (segunda a guia “Carminha” mais de 50 casais fazem ninhos e vivem nas fissuras das paredes rochosas do lugar) e outras espécies de passaros, como o belo e arredio Tucano Araçari flagrado bem de perto nestas fotos abaixo:




Depois de uma tranquila caminhada em torno da “cratera” das Araras e muita observação de passáros e até da vegetação típica do cerrado, retornamos para a Van que nos levaria de volta ao complexo do Rio da Prata onde faríamos mais um snorkeling pelo rio Olho D´água que desemboca no Rio da Prata antes de almoçarmos.


Apesar do frio, o sol resolveu dar as caras enquanto vencíamos os três quilômetros de caminhada por trilha em meio a mata fechada, vestidos e calçados de neoprene, para finalmente chegar ao ponto inicial da flutuação...


Pelo menos conseguimos lindas imagens neste ponto. Ao contrário do que a maioria imaginava, apesar do frio, a água límpida do Rio Olho D´água estava morna, por volta de 22°C e ninguém mais quis sair da água... Depois de algum treinamento em meio a cardumes de Curimbas, Dourados e Piraputangas (entre outros) passamos a deixar a correnteza nos levar aproveitando a companhia dos peixes e dos "ferozes" lambaris que insistiam em confundir meus lábios e minha barba por fazer com algo que lhes parecia apetitoso...


O fundo de calcário branco e os pequenos morros de vegetação submersa contrastavam com os peixes e faziam linda combinação com o brilho do sol e nem percebemos que a correnteza aumentava a cada curva e consequentemente nossa velocidade tb... O rio serpenteava e diferente do Rio Sucuri, haviam muitos galhos e troncos além de algumas pedras pontiagudas em seu leito... Isso tornou um simples snorkeling em uma boa aventura...





Depois de alguns arranhões e trombadas, saímos em um trecho de muitas pedras para acessar uma trilha que levaria o grupo novamente a um trecho mais tranquilo do rio. O vento frio no neoprene molhado fazia com que andássemos rápido, ansiando entrar novamente na água morna do rio... Cinco minutos de caminhada e logo estávamos na água novamente... Depois de algumas centenas de metros chegamos a um incrível fervedouro... O som da areia se revolvendo furiosamente no fundo do rio é algo impossível de descrever... Só a imagem é pouco, mas vamos tentar:


Depois disso, neste ponto já sem a ajuda do sol para nos aquecer, retomamos o caminho de snorkeling para logo nos encontrarmos com as águas frias do rio da Prata... Neste ponto, alguns já cansados (inclusive eu) e sabendo que a partir dali a visibilidade diminuiria, aceitaram a carona da canoa motorizada que ajudaria a vencer os últimos 400 metros do rio.


Saímos da água e enfrentamos o vento frio até os vestiários onde estavam nossas roupas secas e onde nosso transporte nos aguardava para levar a sede onde finalmente almoçaríamos.Depois de saciarmos nossa fome tomávamos o caminho de volta quando o motorista da van sinalizou discretamente um tamanduá.

Todos "exigiram" que ele parasse e entre nós e o animal havia apenas uma cerca de arame delimitando o pasto de uma fazenda... Tentei tirar algumas fotos mas a distância não favorecia uma boa imagem também em função do mato... Não exitei e acabei literalmente pulando a cerca, seguido logo após por pelo menos mais quatro empolgados fotógrafos... O Tamanduá Bandeira se alimentava tranquilamente atacando um cupinzeiro de cada vez enquanto nos aproximávamos em silêncio...

Conseguimos belas "clicadas" até que ele finalmente nos notou e lentamente passou a se afastar... Um espécime fascinante, constantemente atropelado nas estradas da região justamente por sua vagarosidade enquanto atravessa as estradas. Mais do que satisfeitos e empolgados com esse flagrante retornamos para a van ainda observando o Tamanduá, que ao perceber que nos afastamos, voltou para o mesmo ponto onde estava se fartando de cupins.


Retomamos o caminho de volta encontrando pelo caminho ainda Siriemas, mutuns, gaviões carcará e até macacos na estrada. As estradas desta região cortam matas fechadas, habitat naturais de várias espécies de animais, algumas inclusive ameaçadas de extinção, portanto é muito importante seguir a uma velocidade que seja possível frear quando avistado um animal atravessando a pista. Eles “moram” alí, nós somos “visita” e estamos apenas de passagem, portanto, CUIDADO!





O lindo Tamanduá Bandeira foi a chave de ouro pra fechar essa "Fan-tur" oferecida pelo Bonito Hostel e por isso, mais uma vez agradecemos o convite e a acolhida de todo o pessoal do Hi Hostel de Bonito, especialmente do Luiz Octávio, do Glauco e do Luiz Eduardo (desculpem se deixei de citar alguém, pois todos foram muito atenciosos e prestativos) e esperamos nos ver novamente em breve, pois logo ofereceremos opções de pacotes muito interessantes tanto para a região de Bonito e Serra da Bodoquena, quanto para o Pantanal.



Até a próxima!!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Bonito/MS - 2ª parte - Rio Sucuri e Abismo Anhumas


Ainda no dia 19, depois da Gruta do Lago Azul, fomos para a nascente do Rio Sucuri, onde após saboreamos um farto e saboroso almoço tradicional "sul-matogrossense" caímos nas águas translúcidas do Rio Sucuri para um tranquilo "snorkeling" de aproximadamente uma hora, onde filmamos e fotografamos vários cardumes de Piraputangas e Curimbas além de outros pequenos peixes.


Uma das várias nascentes:



Mesmo com chuva, a flutuação pelo rio Sucuri foi muito proveitosa! A visibilidade é incrível e os cardumes de peixes nos acompanham o tempo todo. A vegetação submersa também é muito bonita e o fundo do rio é forrado de cascos de caramujos brancos.







Ao fim do snorkeling no rio Sucuri, saimos em uma plataforma para pegar o carro de volta por três quilômetros até a sede da fazenda. O frio apertou e junto veio uma garoa fina que piorava a sensação térmica.

Mas mesmo com frio e garoa a noite da sexta ainda reservava o treinamento indoor para as atividades do Abismo Anhumas no dia seguinte.

O treinamento consiste basicamente em treinar a técnica de ascensão com jumar e descida de rapel com freio descensor tipo "stop" em uma plataforma "indoor" de mais ou menos 5 metros de altura. Feito isso, apenas experimentei a roupa de mergulho para o dia seguinte e voltei para o Hostel para descansar.

A noite foi curta e o sábado, dia 20, começou cedo. As 6h30 já estávamos tomando café no Hostel para sair as 7h00 para o Abismo Anhumas... desta vez em um taxi convencional.


Chegamos na entrada do abismo por volta de 7h45 e as 8hs já estávamos fazendo o incrível rapel de 72 metros iniciando em uma fenda com pouco mais de meio metro de largura.


Como dito antes, o clima já havia mudado no final do dia anterior e a temperatura caiu muito graças a uma frente fria que segundo o pessoal de Mato Grosso do Sul, é muito comum no mês de agosto. Notem que iniciei a descida todo "encapotado"!




A fenda logo se abre dando uma visão mais ampla da plataforma sobre as límpidas águas do Anhumas e do Abismo em si.



É uma imensa caverna com uma parte maior que um campo de futebol totalmente submersa, resultado de milhares de anos de infiltrações de água na rocha calcária que erudiu e abriu a enorme cavidade com inúmeros espeleotemas como estalactites, estalagmites, travertinos, cortinas e gigantescos cones submersos, um dos quais inclusive é o maior do mundo catalogado com 18 metros de sua base até sua ponta ainda debaixo dágua.



Após todo o deslumbramento com a beleza inigualável da caverna, passei a me preparar para a atividade principal: O mergulho.

O trajeto é todo roteado por um cordelete e somos acompanhados por um “mergulhador-guia” especializado no abismo, mas mesmo assim mergulhar na escuridão de mais de 80m é “tenso”!

Mergulhei com duas lanternas, uma na mão e outra a tira-colo e a filmadora acionada pra pegar todos os detalhes possíveis... infelizmente, como podem ver (ou não podem ver) nas imagens, as condições de luz não ajudaram muito e a maioria das imagens ficou sem qualidade.


Confira o vídeo:



Com a temperatura ambiente beirando os 14ºC e a água a constantes 16°C a sensação era que a água estava morna mas o neoprene também ajudava muito.


Na maior parte do trajeto a escuridão é quebrada apenas pela luz das lanternas e pela pouca claridade que entra pela boca do abismo e, refletindo em suas paredes, deixa transparecer a floresta de imensos cones de calcário na água pura da caverna...



Depois de quase uma hora de mergulho saímos da água para, aí sim, começar a sentir frio! A água gelada não era nada comparado ao vento da caverna no corpo molhado.


Depois do mergulho fomos dar uma volta de bote para conhecer os cantos secos da caverna e logo começamos a nos preparar para o retorno...



Utilizando uma técnica de subida por corda com ascensor (conhecido como "jumar") muito utilizada na espeleologia, passamos a subir de volta os 72 metros de altura até a entrada do abismo.

Com essa atividade toda, o frio logo deu lugar ao calor. Ainda que a técnica tenha sido passada e repassada, "jumariar" por 72 metros sempre negativos cansa e após quase 10 paradas para descansar, finalmente saímos pela fenda por onde os intrépidos turistas/aventureiros ressurgem.

Eram por volta de 15hs quando saímos e retornamos a cidade na divertida companhia dos guias e operadores de rapel. Foi apenas o tempo para outra sensação tomar conta do corpo... A fome!

A maioria dos restaurantes de Bonito oferecem desde o tradicional até carnes exóticas como de diversos peixes da região, passando por avestruz e até carne de jacaré, entre outros. Para uma “almo-janta” preferi experimentar o filé de Dourado ao molho do chef no restaurante Aquário... simplesmente incrível. Recomendo!

Depois desta aventura, o domingo tinha que ser mais leve e programamos uma atividade de observação de pássaros no “Buraco das Araras” e uma flutuação no Rio da Prata! Mas... nada disso! Confira na próxima e última parte!

Até a próxima!