quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Jeep ou Jipe?

Para alguns não existe diferença, para outros, existem grandes diferenças e até outras categorias, mas hoje "jipe" é essencialmente um conceito...

O nome "Jeep" hoje uma marca, segundo historiadores, é uma derivação da sigla "G.P." que vem do inglês "General Purpose" ou traduzindo para o português, "de uso geral". 

O veículo "jeep" foi idealizado no final da década de 30 do século passado para o exército americano e hoje a marca pertence a montadora Chrysler. Após a 2ª guerra, o conceito de veículo rústico, resistente e de fácil manutenção, que com tração integral e entre-eixos curto, enfrentava e vencia os mais variados tipos de obstáculos, se popularizou. E outros veículos utilizando essas versáteis características foram surgindo, direcionados principalmente mas não só, ao meio rural.


Eis então, que com o passar dos anos foram surgindo "jipes" em todos os cantos do mundo!!

           Foto 

Na ordem, Jeep CJ5 73, Austin Gipsy 58, Lada Niva 73, Land Rover Series 1 58, Jeep Ford 76, CBT Javali 91, Gurgel x-12 81 (4x2), Engesa 87, Toyota Bandeirantes 81, Jeep Wrangler 98, Troller 13 e Tac Stark 10.


Desta forma, a expressão "Jeep" passou a ser um sinônimo popular para a maioria dos veículos que utilizavam esse mesmo conceito, especialmente para um Brasil basicamente agrícola durante grande parte do século XX. 

E com o uso urbano também surgiram opções mais completas, com conforto e espaço, as "wagoneers" precursoras das atuais SUVs como Cherokees, Pajeros, Explorers entre outras de diversas marcas e origens.


 
Rural Willys 66 e Jeep Grand Wagoneer 90

Com o passar dos anos as coisas foram mudando e no mundo todo os "jipes" deixaram de ser apenas um veículo de trabalho e a partir do uso diário, se tornaram também uma opção de lazer... um "hobby".

Hoje existem diversas equipes e grupos de aficcionados por esse hobby por todo o mundo. Conhecidos como "jipeiros", alguns exclusivos de algumas marcas ou regiões, outros mais heterogêneos e abertos a todos as origens e marcas... eles se reúnem aos finais de semana para superar os mais variados obstáculos pelas trilhas desse imenso Brasil e até fora dele!

JPX 87 em ação!

A bordo de suas máquinas recheadas de "up-grades" e com diversos equipamentos, outras mais espartanas e algumas mais modernas e com tecnologia embarcada, mas todas com um piloto ávido pela emoção de dirigir um veículo que transborda história e o leva mais longe do que a maioria dos veículos levaria - ainda que lentamente.

Até a próxima!!

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Dicas básicas de fotografia outdoor - Foto de natureza.


Em algumas de nossas expedições, levamos fotógrafos profissionais como Ricardo Lisboa, Tacio PhilipFlávio Jarabeck e Bruno Correaparceiros experientes das aventuras da Soldier Adventures, para ministrar palestras sobre fotografia de natureza e dar dicas de técnicas para o melhor resultado neste tipo de ambiente.


Entretanto, algo que certamente todos concordam é que mesmo o melhor e mais caro equipamento do mercado jamais substituirá o talento, aliado a técnica apurada.

E nesta matéria, pretendemos apresentar com a linguagem menos técnica possível, 5 dicas básicas que esperamos sejam úteis a quem quer iniciar nesta fascinante arte de registrar a melhor imagem da natureza (outdoor), seja de um pôr do sol ou de uma ave em pleno vôo.

Dica 1 - Qual a máquina ideal?

Normalmente, a primeira dúvida que se têm é em relação ao tipo de máquina ideal: Máquinas fotográficas profissionais (as "DSLR" ou vice-versa), as semi-profissionais (intermediárias) ou as amadoras (conhecidas como compactas)?

DSLR é a sigla em inglês para "Digital Single-lens Reflex" que em tradução literal seria "câmera digital de reflexo por uma lente". Esses modelos, além da qualidade superior da imagem, oferecem muito mais recursos do que a maioria das câmeras "comuns". .. e são tantos recursos e funções que, a menos que você pretenda utilizar profissionalmente, talvez jamais utilize todos. Além disso são pesadas e pouco discretas. Outro fator importante a ressaltar são os preços, um investimento alto se consideradas as lentes vendidas a parte e a manutenção periódica, imprescindível especialmente se pretende usá-la constantemente em ambiente outdoor. 




As "Semi profissionais" oferecem muitos recursos e quase tantas opções de regulagem quanto as profissionais e a diferença mais relevante em relação a maioria das compactas está no tipo de lente e no zoom óptico que é muito superior ao zoom digital da maioria das compactas, além disso, o sensor maior capta imagens mais nítidas e com bom contraste se bem regulada. 

O investimento também é bem maior do que o realizado nas compactas, mas, bem inferior as DSLR profissionais, lembrando que a maioria das "semi-profissionais" não aceitam lentes.


As compactas ou amadoras, oferecem os recursos básicos necessários para registrar uma imagem com um mínimo de fidelidade, mas que com um pouco de talento e técnica, podem se tornar bons registros!! Algumas delas oferecem inclusive a maioria dos recursos que um amador utiliza em uma "semi-profissional". O baixo investimento em relação as profissionais e semi-profissionais é o grande atrativo pra quem está começando! E neste caso, para registrar uma bela imagem, basta um bom olhar, algum conhecimento e um celular na mão que já será possível publicar ótimas imagens nas redes de relacionamento!



Portanto, a melhor máquina é, naturalmente, aquela que melhor se adequar as suas necessidades.


Dica 2 - Composição da imagem:

Sem considerar regulagens, a forma de compor uma boa foto é bastante subjetiva e está mais no olhar do fotógrafo, no talento de identificar uma boa cena, escolher o melhor ângulo e as vezes até prever ou compor a cena como na foto abaixo:




Na imagem acima por exemplo, clicada na Serra da Canastra durante o por do sol, os assuntos estão divididos na foto: À esquerda, a silhueta da árvore (em função da contraposição à luz do sol) e a pessoa em primeiro plano observando a paisagem com o por do sol ao fundo, formam uma boa composição com as nuvens e a bela paisagem do cerrado.

Como exemplo, basicamente, uma foto de natureza contém um personagem principal (seja uma montanha, uma cachoeira, um animal ou até uma pessoa) que a maioria tende a centralizar na composição da foto, porém essa nem sempre é a melhor opção.

A "regra dos terços" é uma técnica que auxilia ou sugere novas posições para realçar o entorno ou a paisagem que envolve o personagem principal, evitando centralizá-lo na imagem, conforme o exemplo abaixo:



A maioria das câmeras digitais possui um recurso que insere linhas na imagem dividindo a tela ou o visor em nove quadrantes. Caso a sua não ofereça esse recurso, basta imaginar esse "jogo da velha" em seu visor. 

O objetivo é orientar a posição dos assuntos e dar destaque ao que você realmente quer que chame atenção na imagem. Note no exemplo, que a parte mais próxima da paisagem (montanha verde) está toda dentro da terceira parte horizontal, formando uma linha "harmoniosa" com a imagem.

Aliás, ter um horizonte "aprumado" em suas fotos também é uma regra importante para garantir que a imagem seja agradável aos olhos, a menos que a intenção seja realmente desalinhá-lo, como nesta próxima imagem:


Já nesta foto abaixo, retirada da internet do forum "brfoto", nota-se claramente que se o horizonte estivesse aprumado o resultado seria muito melhor:


Dica 3 - Luz:

A luz é fundamental para uma boa foto e o sol possibilita algumas das mais belas imagens, seja como personagem principal ou apenas como fonte da luz necessária para clarear sua foto... os fotógrafos profissionais inclusive, chamam os horários de nascer e do pôr do sol de "horas mágicas" para a fotografia, pois são os melhores momentos em relação a luz, onde as cores se sobressaem e o contraste permite registrar paisagens e situações que em outro horário não ficariam tão destacadas.


Acima temos um exemplo de "contra-luz" com a utilização da luz do sol para montar uma cena de "levitação" com a silhueta de uma pessoa:

Invertendo as posições de maneira que a fonte de luz fique atrás do fotógrafo, o personagem ou a paisagem fotografada ficará mais clara e naturalmente iluminada. Um ângulo diferente, as vezes apenas com um passo para o lado, pode fazer grande diferença:


Outra opção interessante de trabalhar com luz é, após escolher o ângulo, "focar" no espaço vazio, pressionando o botão de disparo até o primeiro estágio (até ouvir o sinal do "foco") e depois voltar para a posição da composição original e "clicar".


Essa técnica aliada ao uso do flash pode dar resultados bastante interessantes. O uso do Flash aliás é a próxima dica!


Dica 4 - Uso do flash:


A primeira coisa a saber é que o uso do flash deve ser "comedido" lembrando que seu alcance é limitado normalmente a algo entre 3 e 6 metros - dependendo da máquina. Seu uso muito próximo do assunto ou personagem pode deixar a foto "estourada" ou clara demais e se estiver além dos 6 metros estará muito longe para que o flash faça alguma diferença:


Mas o flash não é útil apenas em ambientes escuros... em uma composição contra a luz ou contra o sol, o personagem pode ficar sombreado, escuro ou até aparecer somente sua silhueta, conforme a foto da árvore no ínicio da matéria... mas se essa não é a intenção, acione o flash para fazer o "preenchimento" de luz onde for necessário e adeque a distância:


Dica 5 - Experimente, pratique:

Fotografe muuuito... mas seja seletivo, exigente mesmo e compartilhe apenas as fotos que considerar satisfatórias ou interessantes. A melhor forma de aprender é na prática. Procure informações e teste todos os recursos do seu equipamento, experimente novos ângulos e posições, leia o manual da sua máquina, aprimore e desenvolva suas próprias técnicas, quebre as regras com bom senso e esteja sempre pronto pra aprender coisas novas de onde você menos espera!

Até a próxima!!