domingo, 29 de maio de 2011

Trekking no PN Itatiaia

Com um grupo pequeno e bastante heterogêneo, com participantes de idades e origens diferentes mas com um objetivo em comum, estivemos este último final de semana no Parque Nacional do Itatiaia e a meta principal era chegar ao cume das Agulhas Negras, o ponto mais alto do estado do Rio de Janeiro.

A aventura começou na sexta mesmo, com dois veículos saindo do Rio e dois saindo de São Paulo. O grupo carioca chegou ainda para o jantar na Pousada dos Lobos e o Paulista chegou já de madrugada, sendo que o último aventureiro chegou as 2hs da manhã.


No dia seguinte a programação previa saída bem cedo e o café já estava pronto às 6hs da manhã. Após o desjejum, animados pegamos as viaturas e atravessamos a densa neblina a caminho da portaria do parque encontrar nosso experiente guia, que já nos aguardava.






Após a parte burocrática (preencher as fichas e termos de responsabilidade), seguimos então até o abrigo Rebouças, onde deixamos os veículos para iniciar nosso trekking ao Agulhas Negras.






Depois das orientações iniciais e da distribuição dos lanches de trilha, já iniciamos a aventura com a travessia da pequena represa de água cristalina que abastece o abrigo.





Ainda que o frio estivesse intenso, o clima estava ótimo para o trekking! No início da caminhada, a temperatura variou entre 7 e 9°C e o sol ameno garantia um mínimo de calor para animar os caminhantes!


O ritmo do grupo não era acelerado e isso proporcionava várias paradas para clicar belíssimas imagens de paisagens.






Da trilha avistávamos o pico das Prateleiras, o morro do Couto e outros!



Agulhas Negras:

Prateleiras:





Quando estávamos chegando ao pé das Agulhas Negras, onde se iniciaria o trecho de "escalaminhada," a temperatura chegou aos 12°C e o vento forte começou a trazer nuvens ameaçadoras.




Como no dia anterior já havia chovido, as rampas já estavam lisas e escorregadias... se chovesse durante este trecho, nossa aventura se tornaria arriscada demais para o perfil do grupo.



A Soldier Adventures preza justamente por oferecer experiências outdoor inesquecíveis para principiantes, sem trazer risco excessivo aos participantes e seguindo essa linha, nosso guia contratado - precavido - achou por bem abortar o pico das Agulhas Negras, oferecendo como alternativa a Pedra do Altar.




Esta prática é mais do que normal em atividades de aventura, onde estamos sujeitos as condições meteorológicas e a força da natureza, que sempre devemos respeitar.



Com a concordância de todos, o trekking então tomou outro rumo e a "escalaminhada" foi substituída por um trecho de trilha íngreme e acidentado que quase venceu uma das participantes, mas o espírito de equipe não permitiu e apesar do sacrifício, a motivação falou mais alto.





Após este trecho paramos para um descanso e um lanche, regado a piadas e muitas risadas cercadas pela imensidão do campo de altitude onde estávamos totalmente isolados da civilização!


Depois de 10 minutos de moleza prosseguimos em direção à nossa nova meta: A Pedra do Altar.

Asa de Hermes:

O vento frio e cortante estava castigando nossa moral quando avistamos a “Asa de Hermes”, uma formação rochosa peculiar no formato da asa do tornozelo do herói mitológico Hermes.


Quando chegamos finalmente no topo da Pedra do Altar, muitos aproveitaram para descansar sob o fraco e inconstante sol daquele momento.















2.500m de altitude em relação ao nível do mar

Depois de aproveitarmos bem as paisagens e a meta alcançada, iniciamos o retorno. Passando pelo mesmo caminho da ida, vimos o pico das Agulhas Negras novamente ao nosso lado... frustrados, todos prometemos voltar (e logo) para atingir nosso objetivo principal.





Chegamos novamente ao abrigo Rebouças onde tiramos mais fotos com a Pedra do Altar ao fundo e pegamos os carros para exaustos, retornar para a pousada Dos Lobos. Antes porém, passamos pelo “Brejo da Lapa” para conhecer a histórica represa abandonada.



Abrigo Rebouças:


Ao fundo, a Pedra do Altar. Vista do Rebouças a 5 kms de distância:


Brejo da Lapa:


E finalmente chegamos à pousada, onde um café da tarde nos aguardava para “enganar” o estômago antes do jantar.

Ficamos um bom tempo admirando e trocando as fotos entre nós até que finalmente chegou o delicioso jantar. Depois de repor as energias, alguns ficaram assistindo TV mas a maioria partiu para seus quartos para descansar.



No dia seguinte, com o horário mais flexível, ficamos um bom tempo papeando no café e nas cadeiras do jardim aproveitando o belo dia de sol que se anunciava, antes de partir em direção a parte baixa do parque, onde conheceríamos um pouco da história do parque e de sua vida selvagem.




Clicando na foto para ampliar, você notará a "Pedra do Picú":

Antes porém, paramos para tomar um chocolate em Engenheiro Passos e foi então que um“fato” inusitado, que vale ser citado, aconteceu. Não citaremos nomes para não constranger o autor da gafe, que chamaremos de “Ramo”.

No local onde paramos para tomar o chocolate, um senhor muito simpático dava atenção à todos. Antes disso, tentávamos sem sucesso falar ao telefone com o motorista de um dos membros da expedição que havia marcado de buscá-lo.

E eis que o “Ramo”, imaginando que o simpático senhor fosse o motorista (que neste momento já estava conosco também) passou a indagá-lo: “Seu celular não está funcionando? Só dá caixa postal!” E o senhor, bebericando seu café calmamente, respondia:

- Mas eu nem deixo o celular ligado! Nem sabia que você queria falar comigo!

Inconformado, “Ramo” ainda insistiu várias vezes:

- Mas como!? Todos nós tentando falar com você e seu celular desligado!!

Sem entender nada, mas muito atencioso, o senhor observava o “Ramo” tomando seu café, sem saber o que responder, até que percebemos a confusão e informamos ao confuso “Ramo” que aquele senhor não era quem ele imaginava ser.

Nem é preciso dizer que isso foi motivo de muitas risadas e é mais uma das inúmeras histórias de um dos participantes mais antigos e muito querido nas expedições Soldier Adventures!

Depois dessa divertida confusão, finalmente fomos para a portaria da parte baixa do PN Itatiaia, indo direto até o centro de visitantes, onde várias salas com painéis e vitrines, incluindo uma detalhada maquete do parque e seu entorno forneciam diversas informações sobre a história geológica e biológica do parque.






A parte baixa, diferentemente da parte alta, tem vegetação típica de mata atlântica com árvores altas e clima quente e úmido enquanto a parte alta, de vegetação rasteira e com predominância de afloramentos rochosos (granitos em sua maioria) é fria e seca, ainda que houvessem vários lagos e brejos.







Relato de neve no Itatiaia:

Maquete do parque e entorno:



Mais algumas fotos em um mirante e nossa aventura estava no fim. Nossa última parada foi em um restaurante em Itatiaia onde almoçamos e nos despedimos prometendo voltar para buscar nosso objetivo principal, o pico do Agulhas Negras.



Até a próxima!!