terça-feira, 30 de junho de 2009

O carro e o homem - Parte I


Como dizem, brasileiro é mesmo apaixonado por carros, mas não é apenas um comercial e não é só o brasileiro... isso é uma realidade no mundo inteiro.

A relação das pessoas com seus veículos em alguns casos, assemelha-se a relação com um animal de estimação e em outros, supera isso, comparando-se a alguém de fato, com personalidade e tudo mais... e não raro, um membro da família.


A admiração por carros no ser humano não é de hoje. Desde a época da primeira linha de montagem para veículos motorizados - idealizada por Henry Ford - o homem segue fortalecendo seu vínculo e sua relação com esse útil "objeto" de desejo.

Um exemplo desta relação de paixão é o resultado dos filmes que têm como protagonistas veículos que se tornam verdadeiras lendas (como na série da Disney dos anos 60 onde o inconfundível fusquinha 53 chamado "Herbie" aprontava todas no "Se meu fusca falasse").


Na década de 80, surgiram inúmeros exemplos de sucesso que reforçam minha afirmação:

O super computador "KITT" era quem comandava a moderníssima "Súper Máquina" (um Trans-AM) de Michael Night que era febre nas noites de quarta-feira:


O blockbuster "De volta para o futuro" teve uma trilogia de sucesso retumbante com o DeLorean e suas arrojadas portas "asas de gaivota" na época:

E o magnífico Cadillac 59 dos Caça Fantasmas (Ghost busters) com sua inconfundível e estridente sirene, no filme, um antigo rabecão ou tradicional carro fúnebre, adaptado para as necessidades dos caçadores de almas penadas:

Considerado um típico "trash", o filme "Cristine, o carro assassino"... arrebanha fãs e é um verdadeiro mito neste quesito, um Plymouth Fury 1958 que se apaixona por seu proprietário e passa a matar por ciúmes... imperdível pra quem gosta do tema:


E como não lembrar dos memoráveis desenhos das tardes da TV Record ou da extinta Manchete. Quem não se lembra do "Mach 5" de recursos ilimitados da série "Speed Racer" que mais recentemente também virou filme?

E "Carros"... um filme feito por computador de carros que falam e vivem em um mundo paralelo onde os carros são algo como... "humanos"? Apesar de destinado ao público infantil, fez muito sucesso entre os pais... com "moral da história" e tudo mais;

E o que dizer do eterno "Batmóvel" e suas inúmeras versões? O "Homem morcego" não seria o mesmo sem esse incrível Lincoln Futura de 1956 que povoa o imaginário de muitos marmanjos ainda hoje.


Vale citar outro tipo de filme focado em veículos, inaugurado pelo clássico The Wraith - A aparição - um Dodge M4S Turbo Interceptor, do final da década de 80 aterrorizando um grupo de corredores em uma violenta cruzada vingativa recheada de mistérios;

Mais recentemente, surgiram filmes de muito sucesso, como por exemplo a que lançou ao estrelato o ator Vin Diesel no eletrizante "The fast and the furious" (Velozes e Furiosos) que mereceram quatro filmes de ação ininterrupta com diversos superesportivos de várias nacionalidades, tipos, configurações e propulsores. Quem não se recorda da cena com uma centena de "hots" saindo de um galpão e confundindo os policiais que os perseguiam?

Nesta mesma linha, Nicolas Cage interpretou um ladrão de carros regenerado que precisou "voltar ao serviço" para salvar a pele do irmão e se vê as voltas com um lindo Mustang Shelby GT500 que ele chama de "Eleanor" no filme "60 segundos":

E voltando à linha "infantil", vale citar Transformers e seus alienígenas biomecânicos que se transformam em veículos de todos os tipos... de helicopteros e aviões a jato até caminhões, passando por um Camaro amarelo com o nome de "Bumblebee" que rendeu inclusive uma versão produzida em série pela Chevrolet no mundo real.


Poderiamos enumerar diversos veículos que fizeram história no cinema e vários filmes que fizeram o sucesso dos carros, mas este não é o objetivo desta postagem.

Quero apenas demonstrar que essa relação entre nós e esta indescritível máquina de transporte que fora idealizada com o simples objetivo de nos levar de um canto a outro, acabou tomando um espaço incrível em nossa vida e de forma inegável, também na história do homem.

Quem não se lembra do seu primeiro carro... do melhor carro, dos primeiros problemas, da sensação de liberdade, da primeira viagem, etc.

Estes detalhes "quase pessoais" vou deixar para a segunda parte desta postagem...

Acompanhe!!!

Até mais!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Relato da Expedição Aiuruoca/MG


Expedição Aiuruoca - Minas Gerais
De 11 a 14 de junho de 2009.

Essa expedição foi a primeira organizada em um feriado prolongado e promovida em sistema de parceria com o colega Thyago do Rio de Janeiro, antigo aventureiro, niveiro e colega do fórum 4x4.

A pousada para receber os participantes foi escolhida em função da maior capacidade e melhor preço em relação as outras da cidade.

Com 37 aventureiros, distribuidos em 14 veículos, foram 4 dias de aventuras, entre comboios saindo do Rio de Janeiro, de São Paulo capital e do interior, onde alguns chegaram a percorrer até 1.000 quilômetros para participar deste inesquecível evento.


O primeiro grupo a chegar em Aiuruoca foi o "paulista" que teve 3 pontos de encontro, saindo da região de Campinas, de Atibaia e depois em Pouso Alegre, já em Minas Gerais. Na rodovia Fernão Dias, o comboio acessou a estrada para Heliodora, passando por Lambari e Caxambu antes de chegar em Aiuruoca.

E tanto a chegada, quanto os pontos de encontro foram marcados pelo tempo chuvoso e frio mas sem nenhum contratempo ou imprevisto.

Chegamos a pousada por volta do horário do almoço e após nos alojarmos devidamente, fomos para um restaurante no centro da cidade para saciar o apetite com uma simples mas saborosa refeição.

Depois disso, os incansáveis aventureiros quiseram fazer uma "visita" a Pousada Do lado de lá, tradicional ponto de partida para trekking ao cume do pico do Papagaio. A aventura prometia, pois quanto mais subíamos o tempo mais fechava... a densa neblina e a garoa insistente dificultavam muito a visão e testavam a habilidade dos pilotos e os nervos dos tripulantes e zequinhas no difícil e íngreme piso de pedras soltas e lisas que havia pela frente.



Além da perícia dos pilotos nos aclives, as descidas também exigiam todos os recursos dos veículos e o primeiro a ficar pelo caminho foi o valorozo Niva do Milton... com o cabo de aço do freio de mão estourado o freio ficou "bobo" e diante dos desafios que ainda viriam, Milton e sua navegadora Mara, resolveram estacionar e seguir adiante como tripulantes.


Ainda na ida, captamos o Baré (líder do comboio do RJ) no rádio. Ele estava no Vale do Matutu, a caminho da pousada e devido certamente a nossa altura, ainda que longe, conseguimos conversar normalmente até certo ponto.


Chegando finalmente "Do lado de lá" e mesmo não tendo praticamente visão nenhuma, ainda foi possível perceber a atmosfera diferente e cheia de energia do local, um verdadeiro santuário natural de difícil e exclusivo acesso 4x4.



Depois de conhecer a pousada - onde fomos muito bem recebidos pelo gerente Márcio - e seu entorno, tiramos muitas fotos, inclusive a tradicional foto do grupo e então, partimos para o retorno.


Retornando para a pousada, encontramos o restante do grupo que havia vindo do Rio e depois de um banho e das devidas apresentações, fomos para a cidade e jantamos muito bem na Pizzaria Dona Azeitona, onde o grupo foi muito bem acomodado e servido.

No dia seguinte, sexta-feira, dia 15, após a distribuição das camisetas e adesivos do evento e de parceiros no café da manhã, saímos conforme o programado em direção ao Vale do Matutu. No caminho juntou-se a nós o último aventureiro que ainda não havia chegado, o Norival de Santos com sua Tracker preta...



No Matutu, os expedicionários fizeram compras, tomaram um café com bolo caseiro e apreciaram a bela cachoeira no local, antes da forte chuva que pegou a turma no retorno da cachoeira.

O comboio perfilado no Matutu:
O Casarão:

A cachoeira do Matutu:
Sede da Cooperativa do Matutu:

Antes da chuva dar uma trégua, fomos para o próximo ponto de encontro, o restaurante do Gilberto, no caminho de volta para a cidade, onde tivemos um "pequeno incidente"... devido a chuva forte naquele momento, a viatura guiada pela Angélica (depois conhecida como a "Land dos Biólogos") deu uma leve "rabeada" na trilha enlameada, chocando a trazeira contra o barranco e acabando atravessada na estrada...

Resultado: O susto e o pneu trazeiro perdendo pressão... nada que depois de matarmos a fome com uma comidinha saborosa e bem servida, não tenha sido facilmente esquecido - Claro que os comentários maldosos, não deixaram de citar que o condutor da Land era do sexo feminino... :D


Enquanto almoçávamos, a chuva deu uma trégua e depois de saciados, muitos ficaram admirando o "monstro" 6x6 estacionado no restaurante: Um raro caminhão militar REO M-35 em restauração, segundo o proprietário, arrematado em um leilão dos Fusileiros Navais.



Ainda no restaurante, fomos até o mirante de onde era possível visualizar nosso próximo desafio:

A trilha para a linda cachoeira do tombo:

Saímos do restaurante por volta das 14hs em direção a entrada da trilha da Cachoeira do Tombo, onde enfrentamos novamente uma chuva de "lavar a alma"... ainda assim, foi possível aproveitar bastante a trilha e a cachoeira, que foi um desafio gratificante para o grupo, que curtiu muito a mata fechada de alguns trechos e as pedras escorregadias da cachoeira:

A ponte de acesso a trilha para a cachoeira do Tombo:
Caminhada leve de 10 minutos em meio a mata:
Mara e Milton: Christian e Mirian:Laudemir:

A noite, finalmente a confraternização novamente na Pizzaria Dona Azeitona, desta vez com a maioria do grupo que lotou o salão do estabelecimento que serve não só pizza, mas pratos como a famosa Truta da região. Outra parte do grupo, foi para o charmoso "restô" Kiko e Kika, com seus saborosos e sofisticados pratos de estilo internacional...

Enquanto isso, na praça da cidade, rolava a quermesse com fogueira e quadrilha, que durou, segundo os pacientes espectadores, impressionantes vinte minutos sem repetir sequer um passo!

Foto de Rita

No dia seguinte, sábado, dia 13, a programação prevista incluía a trilha para a belíssima cachoeira dos Garcias na parte da manhã e a cachoeira do "Deus me livre" na parte da tarde, ambas com uma caminhada de curta duração e dificuldade "média".


A cidade de Aiuruoca, vista da pousada:


A previsão do tempo que era de muito sol mas com temperatura baixa, se confirmou e saímos animados após o farto café da manhã, sob um belo céu azul com poucas nuvens, para a primeira parada: A cachoeira dos Garcias.

A trilha foi tranquila, desta vez com ótima visibilidade, paramos algumas vezes para fotos:

O comboio a caminho da Cachoeira dos Garcias:
A cachoeira vista da estrada/trilha:
Já na entrada da trilha, uma caminhada leve, ainda que íngreme principalmente chegando a margem do rio que resulta da cachoeira... mas tudo vale a pena:



Mesmo com a temperatura da água muito baixa para um mergulho, houve quem se aventurou... o Eduardo foi o primeiro a desafiar a gelada, seguido do Baré e depois a Mirian seguiu os exemplos de coragem.

Subimos até o topo da cachoeira, onde encontramos pontos de ancoragem para rapel... uma visão deslumbrante para quem curte o esporte vertical, com aproximadamente 25 metros de descida negativa.

Algumas interessantes formações encontradas nas rochas foram temas para boas fotos:


Saindo da Cachoeira dos Garcias, a próxima atração era o Poço Joaquim Bernardo, mas muitos dos que não foram até a pousada "Do lado de lá" no primeiro dia, quiseram aproveitar a proximidade e lá foi parte do grupo para um lado e outra parte, para outro... sempre mantendo contato pelo rádio.

O caminho para a pousada do lado de lá, agora sem nevoeiro:
Nem neblina:
"Do lado de lá" desta vez encontramos o simpático proprietário da pousada, que nos recebeu muito bem com um cafezinho quente e a interessante história do lugar e dele próprio, que rendeu boas risadas...

Voltando finalmente para a cidade, almoçamos por volta de 15hs e logo partimos para a segunda parte da programação do dia... a cachoeira "Deus me livre".

Por ser em um local de mata muito fechada e necessitar de uma caminhada razoável, inclusive com uma pequena travessia do rio, houve uma especial preocupação com o avançado da hora, pois nessas condições o anoitecer chega muito rápido... e isso acabou rendendo uma passagem interessante:

Rita, na cachoeira "Deus me livre":
Foto de Rita

O esquema de trekking nesta situação, funciona mais ou menos como um comboio, deve ter alguém que conheça a trilha na frente e alguém "fechando" a fila... neste último caso, ficamos eu e o Tulio (irmão do Baré) por último... nisto, tivemos a "brilhante" idéia de "marcar" o local de nossa passagem para facilitar o retorno e evitar que pegássemos a trilha errada se eventualmente estivéssemos no escuro... impetuosamente porém, o Túlio agarra um grande galho de uma árvore e sem dar a mínima para meus apelos tenta "dar um nó" no mesmo... acredite se quiser (na verdade nem mesmo ele deve saber o que tentou fazer).

O resultado de tanta agitação no meio de altas árvores em local úmido, foi uma chuva de galhos e pedaços de madeira podre, sendo que um deles atingiu em cheio minha "pequena" cabeça... :-( o resto foi só gozação... rsrs!!

Vale citar que, voltando da cachoeira, nosso solidário companheiro Omar, "deu um apoio" na travessia do rio à um casal de motoqueiros que encontramos, o que naturalmente rendeu muitas estórias...

Voltamos para a pousada e nos preparamos para jantar... desta vez, eu fui com uma parte do grupo para o "Restô" Kiko e Kika e a maior parte da turma, novamente ficou na Dona Azeitona... esta foi sem dúvida a noite mais fria... o céu limpo e sem vento durante o dia já indicava uma noite gelada. Jantamos muito bem e depois de muitas estórias, piadas e a dolorosa conta, voltamos para o descanso merecido.

A sala de espera do "Restô" Kiko e Kika:

"Kika" e eu:
O Domingo, dia do retorno, e que estava programada a visita à cachoeira da Laje, amanheceu com muito sol e céu limpo, mas frio... muito frio... alguns inclusive tiraram fotos de gotas congeladas na vegetação em torno da pousada.

Durante o café da manhã porém, parte do grupo revelou ter outros planos... aproveitaram a proximidade e formaram um grupo para ir até a mística São Thomé das Letras, que muitos não conheciam. Belíssimo passeio!

Foto de Zé Roberto
A turma no cruzeiro de São Thomé das Letras:

Depois de nos despedirmos, os remanescentes foram para a cachoeira "Duas quedas" como estava originalmente programado:



Depois disso, a missão estava cumprida e a aventura terminada. Retornamos cada qual pelo caminho que escolhera como melhor e prontos para a próxima expedição.

Parabéns à todos os expedicionários!!!!


Agradecimentos especiais: Ao grande parceiro Thyago da Baré 4x4, ao Restaurante Dois Irmãos e à Pousada "Do Lado de Lá", que colaboraram e muito para o sucesso de mais esta expedição.


Até a próxima!!!