sábado, 6 de dezembro de 2008

Expedição Iguape, Juréia e Dunas de Ilha Comprida



28 a 30 de novembro de 2008.

Apresentação:

Basicamente idêntica às "Quick-Expeditions" Soldier Adventures anteriores, esta Expedição entre Iguape, Juréia e Ilha Comprida, atendeu a uma demanda de solicitações de passeios por essa área de inigualável riqueza natural, sendo inclusive região de preservação ambiental.

Abaixo um vídeo muito interessante sobre a região da Juréia:



As diferenças ficaram na estrutura familiar da pousada escolhida (Pousada Sitio Enseada) e na presença constante do nosso guia oficial, o notório FEP (Fábio) e seu fiel (ou nem tanto) Jeep Willys carinhosamente chamado de "Carniça".

Números:

Buscando diminuir o impacto da entrada de veículos na área da reserva, restringimos esta primeira expedição a 15 viaturas que transportaram 44 aventureiros incluindo crianças.

Rodamos entre 500 e 600 kms ida e volta, incluindo trilhas. Alguns que vieram do interior de São Paulo andaram um pouco mais.

Este expedição rendeu inclusive uma bela reportagem de página inteira na revista especializada em off road, 4x4&cia, de janeiro de 2009, edição 186.



Relato:

A viagem de ida na sexta-feira, como não podia deixar de ser, acabou atrasando em virtude do trânsito caótico de São Paulo e das péssimas condições de acesso da rodovia Régis Bittencourt, que, carregada de caminhões e com trechos em reforma também “contribuiu” para nosso atraso. Nesta expedição não houve um comboio único e cada um saiu em seu horário.

No posto fazendeiro, a poucos quilômetros da estrada SP 022 que dá acesso a Iguape, encontramos com o Marcão (com uma Pálio Adventure Locker) e com o Rodrygo (com sua Pajero) e seguimos viagem até Iguape por uma estrada de pista única em mão dupla mas bem sinalizada e de piso regular.

Chegamos a Iguape e passamos a seguir as coordenadas do GPS do Rodrygo, que em determinado ponto nos fez pagar o pedágio para entrar em Ilha Comprida e logo depois retornar, já que a pousada Sitio Enseada ficava em Iguape. Só quando retornamos, notamos que havia uma estradinha ao lado do pedágio que deveríamos ter seguido...

Chegamos na pousada por volta de 21hs do dia 28 sendo recebidos pelo Fábio e pela Isilda - grandes anfitriões - com um farto lanche para os cansados viajantes... enquanto muitos já dormiam, aguardamos os participantes que faltavam até as 2hs da manhã quando finalmente o último expedicionário chegou...

No sábado após o café, às 9hs em ponto, partimos em direção ao “Costão da Juréia”... paramos para as primeiras orientações e para conhecer um local na pequena vila de Icapara onde foram deixados antigos lastros de navios europeus.

Depois partimos para uma espetacular praia totalmente deserta com uma densa camada de maresia que mais parecia neblina.


Andamos alguns quilômetros e encontramos um veículo 4x2 que mesmo com tração traseira, ficou preso na fofa areia da praia.


Após rebocá-lo para fora da areia, seguimos por mais meia hora pelo menos, atravessando pequenos riachos que desembocavam no mar, desviando de formações de madeira fossilizadas até chegar finalmente ao Costão da Juréia...


...onde paramos e comemos deliciosas porções de peixe e tiramos mais fotos naquele lugar isolado e de rara beleza... um costão de rochas de várias formas e tamanhos encerrando a larga praia de areia clara, fina e repleta de conchas de várias formas, tamanhos e cores...




Devido as condições metereológicas não favoráveis para a quantidade de participantes naquele momento, na segunda parte da programação, o guia preferiu fazer a trilha do Sossego... que de sossegada não tinha nada... muitas “mutucas” e uma velha ponte improvisada com troncos de árvores garantiram a emoção... um dos participantes inclusive ficou pendurado em três rodas, exigindo uma manobra bem planejada para retirá-lo.



Depois de vencida a etapa da ponte, enfrentamos um matagal de no mínimo um metro de meio de altura escondendo o caminho e camuflando as crateras onde o Willys Carniça do nosso intrépido guia insistia em cair...


A partir de determinado momento, foi preciso ir antes com um facão abrindo a picada e avaliando o terreno, tentando achar a antiga trilha onde não passava “vivalma” ou qualquer tipo de veículo há mais de seis meses...


Por volta das 15h30 chegamos finalmente as ruínas do que seria o ponto do Sossego... uma antiga casa a beira de um belo e largo rio... intransponível... teríamos que voltar por onde viemos, enfrentando mutucas, mato, buracos e a temida ponte novamente...


Enfrentamos a volta, desta vez com mais rapidez, chegando na pousada para o “almoço” por volta de 18hs.


Por volta das 22hs do sábado, a equipe ainda teve ânimo para invadir uma pizzaria no centro de Iguape onde tivemos que distribuir nossas mesas na rua para a confraternização e entrega de brindes e troféus da Expedição, gentilmente oferecidos pelo colaborador, Régis.

No domingo de manhã, após o café da manhã, com algum atraso devido ao cansaço da maioria, partimos em direção as Dunas de Ilha Comprida...



Atravessamos a ponte e chegando ao ponto de encontro o pneu dianteiro do valente CJ Carniça de nosso guia estourou... chegamos a conclusão que não valeria a pena esperar o conserto, então nosso guia pegou “carona” no Niva Natasha do Lincoln e da Carol e seguimos em frente... após uma rápida parada para um lanche, seguimos em direção as dunas...


Antes de entrar, novamente as orientações e precauções sobre como guiar na areia e a diversão começou... todos entraram nas dunas animados e a primeira vítima foi justamente o Niva Natasha... atolado na areia fofa quase até os paralamas, precisou da ajuda de três veículos (um Troller, uma Defender 90 e a Pajero Sport dos então estreantes Cláudio e Vera) para sair do enrrosco...



Ficamos brincando e tirando fotos ainda mais uma hora nas dunas e após a perigosa chegada de um grande comboio de "ditos jipeiros" que estava na região, achamos mais prudente partir... fomos para a ponta da praia e chegando lá a Pálio Adventure Locker do Marcão (que não havia participado no dia anterior e nem das dunas) ficou atolada na areia fofa da praia... o que garantiu a diversão naquele momento... todo mundo queria tirar a Locker da areia... mas descobrimos que ela não tinha pontos de ancoragem acessíveis... teve de ser "no braço" mesmo...



Ficamos mais algum tempo na praia e voltamos para um barzinho que havíamos passado alguns quilômetros atrás, onde comemos vários frutos do mar.

Depois disso, como a programação era livre. Nenhum incidente, pane ou mesmo imprevisto, marcou esta expedição, exceção feita aos pneus “um pouco” desgastados do Carniça.

A “Expedição Iguape, Juréia e Ilha Comprida” despertou em muitos participantes o interesse por áreas e trilhas próximas (inclusive já existem outros eventos já marcados nesta região) e foi muito positiva no sentido de aprimorar o relacionamento humano e a consciência ecológica com espírito de aventura e cooperação entre os participantes, coisa que é característica dos eventos Soldier Adventures.

Expedição Iguape, Juréia e dunas de Ilha Comprida

28, 29 e 30 de novembro de 2008.



Organização: Soldier Adventures: www.soldieradventures.com

Créditos às fotos de Ricardo, Maurício, Clécio, André, Linconl e Carol.

Apoio: Giro 4x4: www.giro4x4.com.br


Até a próxima!

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Relato Expedição Visconde de Mauá


Visconde de Mauá/Maringá - RJ
17 a 19 de outubro de 2008

Nos mesmos moldes da realizada entre São Thomé das Letras e Carrancas/MG, a Mini Expedição à Visconde de Mauá teve como principal objetivo reunir novamente os participantes da primeira expedição em uma confraternização e trazer novos expedicionários ao grupo, transformando amizades “virtuais” em “reais”, conhecendo novas pessoas e reafirmando velhas amizades... tendo como pano de fundo uma região de natureza exuberante e paisagens inesquecíveis.


Números: Tivemos 35 veículos inscritos com 32 veículos presentes, totalizando 80 pessoas (contando crianças).

Trajeto:

Em três dias, foram mais de 800 kms rodados entre São Paulo e Maringá na região de Visconde de Mauá, passeios pelo entorno e a volta para casa. Outros que vieram do Rio de Janeiro (capital ou não), Belo Horizonte e interior de São Paulo (Campinas, Itatiba, Santana do Parnaíba, etc.) certamente andaram bem mais...

Relato da Expedição:

O primeiro comboio saiu de São Paulo por volta de 14hs, composto pelo Niva Blue, a Pajero do Rodrygo, o Niva do Rodney e o Marruá do Pan Highlander... logo a frente se juntaram a nós a Cherokke monstro do Marcão, uma LR 130 e a Hilux do Gláucio... em Guaratinguetá, o comboio cresceu com mais um Niva, o do Marcel Izzi. Chegamos então em Penedo por volta das 19hs. Ainda no início do trecho entre Penedo e Visconde de Mauá juntou-se a nós a Defender 110 "pink" do Marcelo Bustani...

Subimos a serra no escuro da noite, estrada esburacada, cheia de curvas e precipícios e com uma impressionante neblina que de tão densa, limitava consideravelmente o alcance da visão. Em função disso, seguimos em ritmo lento e levamos quase duas horas para chegar em Visconde... quando nos aproximávamos do final da descida da serra, contatamos via rádio a L200 do Mestre Astor de Campinas, que nos aguardava quase na entrada da cidade... quando já estávamos a caminho de Maringá, juntou-se ao comboio outra Defender... a do Marcelo Bueno... chegamos finalmente na pousada entre 21 e 22hs e encontramos outros que já estavam por lá, como o Marcos Faria que veio diretamente de BH, o Baré e o Marcão "Zero 1" do Rio, o Edu Velo e a Cida de Sampa, entre outros...

Após acomodados e apresentados decidiu-se já "ir pra farra"... entramos no primeiro bar da vila que agradou por ter música ao vivo e encontramos lá outros componentes da expedição como Leandro Muylaert e sua família com seu Niva “Bala de Prata” e outros que depois de juntaram a nós e a festa seguiu até altas horas.


No dia seguinte, após o farto café da manhã, saímos conforme a programação, por volta de 9h30 a caminho da cachoeira da saudade guiados pelo lendário camarada "Gil Tichauer" expert na região.

Passamos por lugares incríveis e por momentos muito divertidos e interessantes, como a apresentação da turma do comboio via rádio... rimos e curtimos muito. Porém, em um belo trecho do caminho para a Cachoeira da Saudade, um incidente terrível assustou a todos...

Em um trecho estreito da estrada, onde de um lado havia o barranco e do outro um precipício de quase 50 metros, o impressionante Agrale Marruá do Jair "Pan" foi "tragado" mata abaixo, carregando árvores, pedras e o que mais encontrou pelo caminho. O que se seguiu então foram momentos de tensão e medo, sentimentos que dominaram o clima...


Ele havia sido jogado para fora do veículo pelo para brisas dianteiro e seu resgate foi demorado e muito dificultado pelo ângulo da ribanceira e depois de muito esforço e trabalho em equipe, conseguimos finalmente erguê-lo abismo acima com o mínimo movimento possível de sua coluna, que era a preocupação de todos.


Depois disso, ficamos todos decepcionados com a falta de infra-estrutura de emergência da região... quando após várias tentativas frustradas, tentamos falar com os telefones de emergência, conseguimos atendimento apenas no serviço de emergência de Barra Mansa que se prontificou a entrar em contato com o serviço de emergência de VdeM... que infelizmente depois descobrimos que não existia...

Para um lugar que se propõe a ser uma região para prática de esportes e turismo de aventura, foi decepcionante e preocupante... Quando finalmente chegamos com o Pan imobilizado na carroceria da L200 do Astor no posto policial local, praticamente se negaram a nos ajudar, até que finalmente apareceu o Tenente local que ordenou ao Sargento tomar uma atitude... logo uma ambulância, estava levando o nosso "Highlander" para Resende, pois em Penedo também não havia atendimento de emergência... lamentável.

Enfim, todos exaustos e preocupados, voltamos para Maringá, onde a turma almoçaria enquanto aguardávamos notícias de nosso amigo Pan... que logo chegaram para nos aliviar... eram "apenas" escoriações, um corte no dedo e um osso do ombro quebrado... nada mais grave. Neste interím, juntou-se a nós o notório camarada Flugêncio do RJ com sua família e seu curioso Niva Mutante... daí pra frente éramos só alegria... um grande desafio vencido e a tensão diminuiu, transformando-se então em "fome"... o proprietário do restaurante, que já estava nos esperando, ficou assustado com a fome de truta, particularmente do Omar (que vinha desde São Thomé) e do resto do povo.


Depois de almoçarmos, retomamos a programação original do evento e fomos para a Cachoeira do Escorrega passando pelo vilarejo da Maromba, mas alguns, compreensivelmente, preferiram descansar e ficaram pela vila de Maringá mesmo...

À noite, a grande confraternização... o rodízio de pizza foi muito bom... a pizza estava muito saborosa e as companhias eram melhores ainda... o restaurante comportou razoavelmente bem a turma toda, mas a proximidade forçada favoreceu a integração da equipe, o que possibilitou diversas novas amizades e boas conversas... terminamos o animado jantar quase meia noite e cama...


No domingo, as 6hs da manhã, Rodrygo da Pajero, Marcão da Cherokee e eu, fizemos uma operação de rescaldo no local do acidente para encontrar alguns pertences pessoais e retornamos para a pousada para o café da manhã... logo estávamos com o comboio novamente na programação, que previa a cachoeira Santa Clara e acabou juntando a maioria do povo pras fotos e para uma nova visita ao Escorrega, que nem estava prevista... voltamos por volta de 14hs e estávamos preparando as coisas para ir embora, quando o Pan voltou do Hospital... trazido pelo filho que havia ido buscá-lo em Resende. Foi emocionante, como muitos relataram, e gratificante, vê-lo andando e sorrindo novamente conosco, como estávamos habituados...


Depois disso, nos despedimos de mais essa aventura e cada qual seguiu seu caminho, com o sentimento de gratidão por nada mais grave ter ocorrido.

Já na segunda-feira e durante a semana, foram várias ligações e muito planejamento para o resgate do Marruá... e então, na quinta-feira (dia 23/10) à noite com a estratégia traçada, uma valente equipe se deslocou novamente para Visconde de Mauá com o único intuito de resgatar o combatente feito prisioneiro nas ribanceiras da estrada da cachoeira da saudade...

No dia 24 às 9hs da manhã os guerreiros já estavam a postos no local da missão... Rodrygo, Laudemir, Marcão, “Piolho”, “Ze Coité”, “Nego Di”, Nelis e mais dois voluntários locais.

O resgate do Marruá superou as expectativas. Começou com o a Rural do "Piolho" puxando no guincho junto com outro Marruá, ancorados em uma árvore acima do morro e com auxílio de duas talhas manuais, além do guincho do próprio Marruá acidentado, pilotado corajosamente pelo Marcão em todo o trajeto morro acima, exatamente no caminho onde ele caiu. Para posicioná-lo na direção correta foram usados um Hi-lift de 1,5m e uma outra talha manual.


O momento de maior tensão, foi quando o Marruá finalmente chegou com as duas rodas dianteiras na trilha e deu dois trancos para baixo com o Marcão dentro. Neste momento, foram reforçadas as cintas de ancoragem das arvores e decidiu-se que o outro Marruá puxaria o acidentado na marcha a ré e não mais no guincho e a Rural puxaria a traseira para alinhá-lo na trilha.


Foi o momento decisivo...o Marruá do Marcão pulava para traz, o barulho dos motores era incrível, até que finalmente ele estava totalmente a salvo. Foram 12 longas horas de trabalho intenso e desgastante, que terminou com uma mescla de alegria e alívio... missão cumprida e sem nenhuma baixa grave... exceto a alavanca de cambio do Marruá do Marcão que apresentou problemas fazendo com que ele voltasse trocando marchas com uma chave de fenda, onde só entravam a 1ª, 4ª e 5ª marchas, vazando óleo pra todo lado....foi literalmente uma operação de guerra pra ficar pra historia.

A equipe chegou em São Paulo às 4hs da manhã de domingo, exausta mas feliz, com a missão mais do que cumprida, trazendo além do Marruá acidentado, lembranças de solidariedade e companheirismo de almas aventureiras...



Além desse episódio, tivemos alguns problemas técnicos em alguns veículos durante a expedição, como a Pajeiro do Rodrygo que teimava em acender a luz do óleo e no fim acabou guinchada para casa, um problema misterioso no Niva do Izzi, que teimava em queimar a bobina e outro Niva que vindo de Belo Horizonte, ficou no caminho por causa de um vazamento, mas não impediu a presença do valente Jorge, que completou o trajeto de ônibus com sua esposa.

Tudo isso porém, serviu como tempero para fazer o encontro dessas pessoas maravilhosas, solidárias, corajosas, amigas e comprometidas com o ideal jipeiro de união e apóio mútuo, principalmente em momentos de dificuldade.


Baré, Marcão São Jorge e Flugêncio

Parte da turma na Cachoeira Sta Clara

Expedição pela região de Visconde de Mauá/RJ – 17 a 19 de outubro de 2008.

Organização: Soldier Adventures

Apoio: Alternativa 4x4


Até a próxima!!